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Palabras clave:
Colonialismo. Hospital psiquiátrico. Saúde mental.Resumen
A lei da Reforma Psiquiátrica brasileira reconfigurou o modelo assistencial em saúde mental no país, tendo como principal repercussão a mudança do regime asilar de tratamento para o tratamento em meio comunitário, realizado, sobretudo, nos diversos tipos de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A exigência de mudança do modelo assistencial foi encabeçada pelo Movimento de Luta Antimanicomial que denunciou a corrupção do sistema hospitalocêntrico (soberano antes da reforma psiquiátrica) e a violação dos direitos humanos nos manicômios. A título de exemplo, no Hospital Colônia de Barbacena (MG), morreram em torno de 60.000 pessoas, fato retratado no livro ‘Holocausto Brasileiro’ de Daniela Arbex. A partir de um enfoque fenomenológico-hermenêutico, nesse ensaio, abordaremos a obra de Arbex à luz do debate pós-colonial e biopolítico, que entende que os modos de produção do mal banal encontraram nas sociedades colonizadas uma forma de ação, perpetuação e naturalização da despersonalização do humano, aproximando-os da noção de objeto. No trabalho, questionamos o tratamento dado no passado à loucura dentro dos manicômios como uma espécie de manifestação do mal banalizado em nosso contexto colonial, ao mesmo tempo em que conjecturamos a retomada do discurso manicomialista, agora com nova roupagem, nas políticas públicas brasileiras.
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