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Palabras clave:
Conduta do tratamento medicamentoso. Saúde mental. Participação da comunidade.Resumen
Este ensaio apresenta o contexto e os modos de construção da versão brasileira do Guia da Gestão Autônoma da Medicação (Guia GAM-BR), fruto de parceria estabelecida entre Brasil e Canadá que, por meio de uma pesquisa multicêntrica, possibilitou transpor ao contexto brasileiro o instrumento elaborado no Quebec, a serviço dos usuários da saúde mental, visando aumento do seu poder de negociação a propósito de seus tratamentos medicamentosos. Tal transposição implicou mais do que uma adaptação: tratou-se da transformação do Guia originário em um instrumento brasileiro. Entre essas transformações, destaca-se: a substituição do 'eu' pelo 'você' como sujeito do enunciado das questões apresentadas pelo Guia; o maior desenvolvimento do tema dos direitos; a supressão das orientações para retirada progressiva da medicação. Além disso, o dispositivo grupal apresenta-se como imanente à estratégia GAM brasileira. O conjunto dessas transformações, longe de significar uma traição, mantém-se fiel aos princípios que orientaram a elaboração da GAM, levada a cabo de forma participativa e cogestiva, como encarnação da experiência democrática e cidadã própria ao Quebec. Assim, o ensaio busca, finalmente, colocar em análise a produção dos efeitos da estratégia GAM em solo brasileiro, na consideração à experiência democrática e ao processo de reforma psiquiátrica no Brasil.
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