A normatização de condutas realizadas pelas Comunidades Terapêuticas
Palabras clave:
Política pública. Comunidade terapêutica. Saúde mental.Resumen
Neste artigo analisamos as consequências subjetivas decorrentes da internação em uma rede de Comunidades Terapêuticas (CTs), a partir das vozes dos egressos. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas com dez sujeitos. Os resultados são apresentados esmiuçando a terapêutica realizada nas CTs. Os participantes a descreveram como baseada em privação de liberdade, dos meios de comunicação e do convívio social, ficando patente que o objetivo é promover o total isolamento e produzir a normatização de condutas. A rede pesquisada configura-se como instituição total por ser idealizada para oferecer internação aos usuários de drogas, entendidos como sujeitos impossibilitados de cuidar de si e que apresentam elevado grau de perigo para todos que estão a sua volta, razão pela qual precisam ser enclausurados e apartados do seu convívio social, Estas instituições ancoram-se em quatro pilares: disciplina, trabalho, convivência e, especialmente, na abordagem religiosa, a fim de promover a anulação das subjetividades pregressas, suas singularidades e desejos em prol de uma nova subjetividade: aquela engessada segundo as prerrogativas que vicejam nestes espaços o que as torna semelhantes aos confinamentos predominantes nos antigos manicômios.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Saúde em Debate
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.