Os desafios da organização em rede na atenção psicossocial especializada: o caso do Recife
Palabras clave:
Regulação e fiscalização em saúde. Saúde mental. Serviços de saúde mental. Assistência à saúde. Serviços comunitários de saúde mental.Resumen
Objetivou-se analisar a atenção especializada em saúde mental da cidade do Recife e seu processo de regulação assistencial. Trata-se de estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, realizado por meio de análise documental, observação, entrevistas semiestruturadas e diário de campo. Os sujeitos da pesquisa foram gestores e profissionais de saúde dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Recife. Trabalhou-se com análise de conteúdo do tipo temática, a partir da técnica de condensação de significados. A cobertura dos CAPS tipo III é insuficiente e há fragilidades de comunicação entre os componentes da rede Além disso, os ambulatórios de saúde mental atuam em complementaridade ao modelo manicomial/hospitalocêntrico, dissonante da Reforma Psiquiátrica Brasileira. A regulação assistencial é incipiente na saúde mental e centrada no fluxo de marcação de consulta especializada, privilegiando o cuidado ambulatorial sem dispositivos de conversação entre os profissionais. Portanto, a atenção na saúde mental com suporte logístico da regulação assistencial, ainda se configura como um desafio para a gestão municipal. Por último, ressalta-se que as fragilidades na organização da rede na cidade do Recife podem ainda ser agravadas pela perspectiva de remanicomialização explicitada pela agenda antirreformista que desde 2017 vem instituindo mudanças na Política Nacional de Saúde Mental no Brasil.
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