Os invisibilizados da cidade: o estigma da População em Situação de Rua no Rio de Janeiro

Autores

  • Mirna Barros Teixeira Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
  • Pilar Belmonte Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
  • Elyne Montenegro Engstrom Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
  • Alda Lacerda Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Palavras-chave:

Pessoas em situação de rua. Cocaína crack. Estigma social. Empatia.

Resumo

Evidencia-se no Brasil e em outros países da América Latina o aumento da população de rua, muitos dos quais são usuários de crack. Essa população sofre de estigmas, vinculados a uma percepção de fragilidade do caráter, como vontade fraca para interromper o uso da droga e como pessoa perigosa na medida em que é temida pela sociedade porque percebida como agressora. Isso traz consequências como o isolamento social, a perda da autoestima, dificuldade de acesso aos serviços de saúde que provocam o afastamento da busca de suporte social e de saúde por parte do usuário, agravando suas condições de vida. Como metodologia, foram realizadas 48 entrevistas com trabalhadores e usuários das equipes de Consultório na Rua nas quais foi possível reconhecer o estigma internalizado pelas pessoas que se reconhecem como portadoras das características negativas que lhe são imputadas, assim como  percepção dos profissionais de saúde da estigmatização sofrida por essa população. O desvelamento dos estigmas e sua análise podem auxiliar na reorientação de um conjunto de práticas de cuidado que garantam direitos básicos de saúde, educação, moradia e trabalho constituintes da cidadania, de modo a fomentar processos de democratização e inclusão social dessa população estigmatizada em situação de extrema vulnerabilidade.

Publicado

2022-07-07

Como Citar

1.
Teixeira MB, Belmonte P, Engstrom EM, Lacerda A. Os invisibilizados da cidade: o estigma da População em Situação de Rua no Rio de Janeiro . Saúde debate [Internet]. 7º de julho de 2022 [citado 23º de dezembro de 2024];43(especial 7 dez):92-101. Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/2335