Contrapontos e inconsistências do discurso da produtividade do agronegócio e suas externalidades sob a ótica do biopoder
Palabras clave:
Agronegócio. Biopoder. Agroecologia. Educação da população. Política pública.Resumen
Este ensaio se propõe à análise crítica do agronegócio, buscando construir um modelo teórico compreensivo tendo como referência o conceito de biopoder de Foucault. Propõe ainda contribuir para as discussões de alternativas sustentáveis e de combate às ações que promovem e flexibilizam o uso de agrotóxicos. Argumenta-se que o agronegócio, apesar de ter tido sua imagem construída por discursos que ressaltam sua eficiência e produtividade, impõem barreiras que impedem a garantia da segurança alimentar e nutricional. Pelo uso intensivo de agrotóxicos, também não disponibiliza alimentos seguros e de qualidade, ao mesmo tempo que impacta o meio ambiente e compromete a saúde da população, somado aos seus impactos políticos, econômicos, sociais e culturais. A análise sob a ótica do biopoder destaca que a atuação da indústria agroquímica e de alimentos, enquanto normatizadoras e geradoras de consumo, desconsidera princípios morais e éticos, infringe direitos humanos e a autonomia dos sujeitos. Paralelamente, propõe-se que, por meio da educação popular e a educação alimentar e nutricional, consegue-se, em longo prazo, construir sujeitos e coletividades autônomos e críticos, capazes de transformar as estruturas de poder vigentes e agir em prol de políticas públicas que fomentem práticas justas, saudáveis, sustentáveis e éticas.
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