Revisitando Whitaker
psicofármacos e cuidado em Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde
Palavras-chave:
Psicotrópicos, Doença Iatrogênica, Assistência à saúde mental, Prevenção QuaternáriaResumo
Os problemas de saúde mental (SM) e o uso indiscriminado de psicofármacos são problemas de grande relevância para a atenção primária à saúde (APS) e a saúde pública. O objetivo deste ensaio é apresentar uma fundamentação atualizada da tese de Robert Whitaker, desenvolvida em seu livro: “Anatomia de uma epidemia: Pílulas mágicas, drogas psiquiátricas e o aumento assombroso da doença mental”. É apresentada uma síntese do livro, acrescida de comentários sobre determinados temas, visando melhor ancoragem científica dos argumentos. A tese defendida é que se deve evitar prescrever o uso de psicofármacos; e caso seja iniciado esse uso, que seja como sintomático agudo pelo menor tempo possível. Os argumentos giram em torno de que há evidências favoráveis apenas para redução de sintomas, para algumas dessas drogas e para curtos períodos de uso. Com seu uso crônico há piora a longo prazo, quanto à estabilidade, autonomia e funcionalidade social, com problemas graves de abstinência. Especialmente na APS (e também nos serviços especializados em SM), os profissionais deveriam ter uma abordagem mais crítica dos psicotrópicos e investir em outras abordagens terapêuticas, para fazerem algo melhor, menos iatrogênico e tão ou mais eficaz para os pacientes com problemas de SM no longo prazo.
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