Política externa e saúde no Brasil (1995- 2010): uma análise da diplomacia de saúde brasileira – da Aids ao ‘Fome Zero’
Palavras-chave:
Diplomacia da saúde. Cooperação internacional. Brasil.Resumo
Este artigo examina como a saúde entrou na política externa brasileira entre 1995 e 2010 e os fatores que possibilitaram apoiar a sustentação da presença internacional do país. Essa questão raramente é examinada na literatura brasileira sobre diplomacia da saúde. Analisamos as especificidades desse processo por meio de uma abordagem de análise de políticas. Utilizamos revisão de literatura, de documentos e entrevistas com atores-chave para rediscutir as políticas desencadeadas por complexos e amplos processos históricos de mudança no Brasil. O artigo aponta importantes inter-relações entre política externa e política social, incluindo saúde. Somente durante os governos Lula (2003-2010) a saúde entrou de fato na agenda da política externa, em apoio significativo à crescente presença internacional do Brasil. A internacionalização das políticas domésticas brasileiras vinculadas à cooperação Sul-Sul exerceu papel central. Esses desenvolvimentos foram possibilitados pelo ativismo e comprometimento de diversos atores estatais e não estatais que atuaram em pelo menos duas linhas: advocacia nacional e transnacional e atividades coordenadas entre diplomatas brasileiros e representantes do governo, em colaboração com atores da sociedade civil. Os arranjos institucionais mudaram em diferentes conjunturas e foram ajustados em um processo propenso permanentemente a conflitos e mudanças.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Saúde em Debate

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.