Instituintes e instituídos na formação médica: movimentos desencadeados pelo Programa Mais Médicos

Autores

Palavras-chave:

Educação médica. Atenção Primária à Saúde. Sistema Único de Saúde.

Resumo

O presente estudo deteve-se no mapeamento das forças intervenientes no processo de implantação dos cursos de medicina criados a partir do Programa Mais Médicos (PMM), bem como nos efeitos dessas sobre  as práticas de formação e sobre os sujeitos que as  vivenciam. O campo de investigação foram dois novos cursos de medicina, nas regiões Sul e Nordeste do  País. Por meio de abordagem qualitativa de pesquisa,  fundamentada no método cartográfico, constatou-se  que dois conjuntos de forças operam nos cursos,  expressões do instituído e do instituinte na formação  médica. No campo do instituído, destacaram-se as  influências do modelo biomédico, do mercado de  trabalho e dos movimentos de polarização política em curso no cenário nacional. Entre as forças instituintes,  tiveram destaque os movimentos estudantis pela mudança na formação, os de reafirmação do Sistema  Único de Saúde e da saúde coletiva, e aqueles que apoiam a formação focada em um perfil generalista.  Em resumo, a proposta do Programa para a formação médica operou como dispositivo de interferência  nesses cursos quando associada a um contexto grupal de construção coletiva, gestão compartilhada do  curso e práticas pedagógicas ancoradas na  perspectiva da produção sócio-histórica do processo  saúde-doença-atenção e da própria instituição  medicina.

Publicado

2023-08-18

Como Citar

1.
Matias MC, Verdi M, Finkler M. Instituintes e instituídos na formação médica: movimentos desencadeados pelo Programa Mais Médicos. Saúde debate [Internet]. 18º de agosto de 2023 [citado 21º de novembro de 2024];47(138 jul-set):504-15. Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/7804

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Artigo Original