Longitudinalidade e integralidade no Programa Mais Médicos: um estudo avaliativo

Autores

  • Max Felipe Viann Vianna Gasparini Universidade de São Paulo
  • Juarez Pereira Furtado Universidade Federal de São Paulo

Palavras-chave:

Avaliação de programas e projetos de saúde. Consórcios de saúde. Integralidade em saúde. Continuidade da assistência ao paciente.

Resumo

Este estudo teve como objetivo investigar influências do Programa Mais Médicos sobre os atributos de longitudinalidade e integralidade na atenção básica, por meio de estudo de caso em dois municípios, utilizando etnografia, entrevistas e grupos focais. Os resultados indicam efeitos positivos em relação à longitudinalidade, proveniente da relação dos médicos com usuários de saúde, acolhimento humanizado, criação de vínculo terapêutico, disponibilidade para realizar visitas domiciliares e apoiar a equipe de saúde. A despeito de os médicos do programa reconhecerem a importância do princípio da integralidade do cuidado na relação com os usuários, é restrita a efetiva consideração desse atributo, explicado pelo excesso de atendimentos diários, conflitos de perspectivas com outros trabalhadores e limites da estrutura e modo de funcionamento da rede de saúde. Conclui-se que características dos agentes médicos associadas ao formato de sua contratação para o provimento de médicos nas unidades de saúde contribuem para o alcance da longitudinalidade. Por outro lado, o alcance da integralidade, que exige mudanças estruturais, como a formação contínua das equipes e reorganização do trabalho, permanece pouco influenciada pelo programa abordado.

Publicado

2022-04-22

Como Citar

1.
Gasparini MFVV, Furtado JP. Longitudinalidade e integralidade no Programa Mais Médicos: um estudo avaliativo. Saúde debate [Internet]. 22º de abril de 2022 [citado 29º de março de 2024];43(120 jan-mar):30-42. Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/651

Edição

Seção

Artigo Original