Concepções de adultos e idosos brasileiros sobre a pandemia da Covid-19 e suas interfaces sociais e políticas
Palavras-chave:
Infecções por coronavírus. Política pública. Saúde pública.Resumo
Objetivou-se analisar as concepções da população brasileira acerca da pandemia da COVID-19 em interface com o contexto social e político. Estudo transversal, realizado em cinco regiões brasileiras, entre maio e junho de 2020. Aplicou-se questionário on-line com variáveis socioeconômicas e aspectos relacionados à concepção da COVID-19. Análises bivariadas e multivariadas avaliaram as associações do desfecho “concepções sobre a pandemia da COVID-19”. Dos 1.113 participantes, 68,7% foram contaminados ou conheciam alguém, destes, 32,7% sem necessidade de internação. Dos 90,4% que classificaram a COVID-19 como doença grave, 71,2% não se sentiam seguros para cuidar do doente em casa. Sobre o acesso à informação, 51,1% acessaram os meios oficiais e não oficiais e 90,0% consideraram necessário o distanciamento social. Na análise multivariada, concepção sobre a gravidade da COVID-19 “ser uma doença como outra qualquer” manteve a associação com o sexo (OR=1,1756; p=0,025), a região (OR=1,455; p=0,001), a pandemia no Brasil (OR=0,759; p=0,035) e a necessidade do distanciamento social (OR=20,003; p=0,000). Avanços da pandemia, combinados aos discursos dicotômicos, certamente trarão desdobramentos complexos na crise social, econômica e política, no período pós-pandemia.
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