Multilateralismo, ordem mundial e Covid-19: questões atuais e desafios futuros para a OMS
Palavras-chave:
Pandemias. OMS. Ordem mundial. Multilateralismo. Covid-19.Resumo
Este ensaio discute a atuação da Organização Mundial de Saúde (OMS) à luz dos debates sobre a ordem mundial capitalista e o multilateralismo, analisando o enfrentamento de pandemias (incluída a Covid-19) na dinâmica do sistema interestatal em um mundo heterogêneo, com assimetrias de riqueza e poder e conduzido por potências hegemônicas. A hipótese de trabalho é que as mudanças na credibilidade da OMS, e da ONU, e as reivindicações de reformas têm antecedentes que remontam à última década do século XX e estão intimamente relacionadas às questões referentes à governança global, geral e setorial, que, por sua vez, se vinculam às transformações do multilateralismo e da ordem mundial capitalista ao longo do pós-guerra e no pós-guerra fria. Utiliza-se uma abordagem histórica crítica, na perspectiva do sistema-mundo, amparada em revisão de literatura e em documentos oficiais da OMS. Conclui-se que fragilização da organização e o constante escrutínio a que está submetida há décadas, para além de falhas pontuais ou de ‘falta de capacidade’, resultam de uma dupla dinâmica, interna e externa, e podem ser melhor compreendidas no contexto de desafios impostos pelas transformações da ‘nova ordem mundial liberal’ pós-guerra fria, associada ao avanço dos nacionalismos e do capitalismo global.
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