A focalização utilitária da Atenção Primária à Saúde em viés tecnocrático e disruptivo
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde. Estratégia Saúde da Família. Política de saúde. Financiamento da assistência à saúde. Sistema Único de Saúde.Resumo
Ensaio argumentativo acerca do sentido contextual, dos condicionantes conjunturais e dos indicativos estratégicos constantes no “Programa Previne Brasil”, que estabelece nova logística e modalidade de financiamento e adscrição para a Atenção Primária do SUS. Destaca-se contextualmente a hegemonia neoliberal, com tendência para a colonização subserviente de governos e políticas públicas. Conjunturalmente, o alinhamento disruptivo do governo Bolsonaro, permeado por ofensivas ultraliberais, pendores impositivos e práticas autoritárias. Em afinidade e derivação concomitante, a referida estratégia programática tende a consubstanciar uma nova forma de focalização para demandas estratificadas e de segmentação para coberturas e serviços de saúde. Estando regida por racionalidade tecnocrática e utilitária, que tende a desconstituir os preceitos e as diretrizes estratégicas constitucionais das políticas públicas de Saúde. Caracterizando-se principalmente por: capitação e per capitalização de demandas “administráveis”, nos termos de “governança clínica” regulada por política econômica de austeridade e contingenciamento de gastos sociais; deslocamento do modo de adscrição territorial e populacional com responsabilização de equipes multiprofissionais visando a Atenção Integral à Saúde, para outro modo de adscrição individualizada, focalizada e estratificada de clientelas; aplicabilidade descontextualizada do SUS, para critérios e logísticas de ponderação alocativa de recursos financeiros de custeio e de pagamento compensatório ao “desempenho” do trabalho de equipes.
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