Percepção e hierarquia de riscos de inundação recorrente em área urbana regularizada: uma análise discursiva

Autores

  • Sandra Luzia Assis da Silva Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
  • Mário Henrique Henrique da Mata Martins Fundação Getulio Vargas (FGV) https://orcid.org/0000-0002-1370-300X
  • Mary Jane Paris Spink Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) https://orcid.org/0000-0003-1672-505X

Palavras-chave:

Linguagem. Percepção. Gestão de risco. Desastres naturais. Inundações.

Resumo

Este estudo analisou estratégias discursivas adotadas por moradores que vivem em uma área de risco de inundações recorrentes para justificar sua permanência no bairro. Foi baseado em suas percepções, critérios de hierarquização de riscos, ações preventivas e ações de mitigação de riscos. Para
tanto, foram analisados trechos de diários de campo e entrevistas semiestruturadas com dois moradores que discordavam sobre o risco de inundações e a necessidade de permanecer no bairro. Os resultados mostram que as dificuldades econômicas de realocação e os princípios morais que impedem alguém de vender sua casa são argumentos usados pelo morador que quer se mudar do bairro. O morador que deseja permanecer no bairro tende a normalizar os riscos e a valorizar os benefícios da região. Os residentes
decidem se devem ou não deixar a água entrar em suas casas durante uma enchente e se devem ou não sair de casa durante a estação chuvosa para realizar suas atividades diárias com base em sua organização prévia e apego ao lugar e bens materiais. Conclui-se que as inundações afetam a vida cotidiana dos moradores e envolvem processos de tomada de decisão que precisam ser considerados pelas autoridades
públicas na gestão de riscos. 

Publicado

2020-07-31

Como Citar

1.
Silva SLA da, Martins MHH da M, Spink MJP. Percepção e hierarquia de riscos de inundação recorrente em área urbana regularizada: uma análise discursiva. Saúde debate [Internet]. 31º de julho de 2020 [citado 19º de abril de 2024];44(especial 2 jul):202-13. Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/3201