As vivências na rua que interferem na saúde: perspectiva da população em situação de rua

Autores

  • Fabiana Aparecida Almeida Lawall Valle Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Beatriz Francisco Farah Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Nivaldo Carneiro Júnior Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP)

Palavras-chave:

Pessoas em situação de rua. Direito à saúde. Disparidades nos níveis de saúde.

Resumo

A saúde, compreendida como um estado multideterminado, expressa a organização política e social de um país. A partir da Constituição Federal brasileira de 1988 foi considerada como direito e dever do Estado. A população em situação de rua expõe importantes obstáculos na garantia desse direito. Objetivo: compreender as dificuldades da vivência na rua que interferem na percepção e no estado de saúde de indivíduos adultos em situação de rua em um município da Zona da Mata Mineira, Brasil. Abordagem metodológica qualitativa, através de entrevistas semiestruturadas e observação com registro em diário de campo. Participaram vinte pessoas em situação de rua. Destacaram-se as dificuldades relacionadas a exposição não protegida as mudanças climáticas, como frio e chuva; vivência de preconceito; vulnerabilidade à violência física e sexual; obstáculos no acesso a alimentação, água potável, banheiros; dificuldades para frequentar alguns espaços sociais, e manter tratamentos de saúde. Reconhecendo as situações que determinam os níveis de saúde das pessoas em situação de rua é possível construir políticas e estratégias que contemplem as suas reais necessidades. A intersetorialidade das ações públicas ainda é um desafio, entretanto, necessária para se fazer cumprir um direito que é fundamental e é de todos: o direito à saúde.

Publicado

2022-06-03

Como Citar

1.
Valle FAAL, Farah BF, Carneiro Júnior N. As vivências na rua que interferem na saúde: perspectiva da população em situação de rua. Saúde debate [Internet]. 3º de junho de 2022 [citado 18º de abril de 2024];44(124 jan-mar):182-9. Disponível em: https://saudeemdebate.org.br/sed/article/view/2896

Edição

Seção

Artigo Original