A dimensão do cuidado pelas equipes de Consultório na Rua: desafios da clínica em defesa da vida
Palavras-chave:
Cuidado integral de saúde. Atenção Primária à Saúde. População em situação de rua. Vulnerabilidade em saúde.Resumo
O estudo objetivou analisar a produção de cuidados primários à saúde à população em situação de rua, prestado por equipes de consultório (eCR) na rua no contexto da segunda maior metrópole brasileira (Rio de Janeiro), identificando estratégias, potencialidades e barreiras. Estudo de caso, de abordagem qualitativa, considerando o universo das sete equipes existentes em 2016/2017, com observação direta do trabalho, do registro cadastral e realização de entrevistas semi-estruturadas com profissionais de várias categorias (n=34), com análise temática de conteúdo. Observou-se que as eCR atuavam com um escopo ampliado e integral de ações, cuidados clínicos e intersetoriais, nos espaços das ruas e nos serviços, em trabalho de equipe integrado. Organizavam-se com flexibilidade, baixa exigência, busca ativa nos territórios, de forma itinerante, no tempo oportuno, em geral, imediato, construção de planos terapêuticos compartilhados e singulares, que promoviam autonomia, baseados na redução de danos. Dificuldades inerentes às vulnerabilidades e complexidades dos casos, a longitudinalidade do cuidado, a fragmentação da rede de atenção, da qualidade dos instrumentos para registro em saúde e da carência de recursos estruturais (transporte, insumos para ações de promoção da saúde) foram identificadas. Concluiu-se que o cuidado sustentava-se em dimensão ético-política, usuário-centrado, na solidariedade e na defesa da vida.
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